segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Hoje ele acordou meio confuso, atordoado; perguntando onde estava e o que iria acontecer com o seu corpo, dali em diante.
Eu, enquanto calçava pacientemente as meias pra cobrir os seus pés inchados e frios, respondi que ele estava sendo um guerreiro com uma armadura cansada diante de tamanha explosão de sofrimento.
Ele arqueou as sobrancelhas e teceu um sorriso fino, o bastante pr'eu esquecer dos problemas tolos de adolescente e contemplar a batalha (cada dia mais violenta) de oitenta e muitos anos de vida.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

-"Veja bem como a vida é engraçada: quem diria que você, Maria, que largou a longa carreira de trabalho doméstico em minha casa para tentar seguir um curso de enfermagem, iria voltar, onze anos depois, para cuidar da minha melancolia e fragilidade diante do ciclo vital? Como é possível agradecer, senão por meio de lágrimas quentes cobertas de orgulho por ti?"

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010


Eu tava dirigindo de volta pra casa ao longo da Avenida Pe. Valdevino;


-É melhor a gente se preparar pro pior, que a quimioterapia pode não fazer efeito.
-É verdade, mãe.


Alguém conhece a Pe. Valdevino? Como ela ficou tão escura?
Ainda bem que no meio da escuridão não dá pra ver gotinhas de choro.

terça-feira, 14 de setembro de 2010